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La Escocesa, centro de criação num antigo compelxo industrial de Poblenou, Barcelona
Kike Bela e Yolanda Jímenez atendem-nos o telefone nesta fria manhã de dezembro para nos contar a vida de La Escocesa, um centro de criação e residência artística situado em Poblenou, Barcelona. Um passado atribulado e um presente a todo o gás.
La Escocesa é um complexo industrial que data de 1850. Deve o seu nome à fábrica textil que ocupou aquele lugar durante quase 100 anos, até 1984, e cujos donos eran escoceses. A crise do setor têxtil levou ao encerramento da fábrica, que passou a ser propriedade da empresa Lace Bobinet, criada pelos antigos trabalhadores da fábrica.
Esta empresa ocupou o complexo até 1998, data a partir da qual se começou a alugar o espaço a artistas, profissionais da criação e artesãos. Entre esses primeiros artistas que se instalaram em La Escocesa,, estão aqueles que mais tarde criariam a Asociació d’Idees, que hoje em dia gere o espaço de criação La Escocesa.
Em 2004, a Câmara de Barcelona pôs em marcha um projeto de reforma integral do bairro de Poblenou, chamado 22@, cujo objetivo era “oferecer espaços modernos para a concentração estratégica de atividades intensivas de conhecimentos”. Este programa, bastante polémico segundo nos conta Kike, foi levado a cabo juntamente com uma imobiliária que comprava os edifícios. Entre 2004 e 2008, foram fechados muitos espaços de trabalho e de habitação de artistas nesta zona, já que muitos artistas aceitaram a oferta de compra da imobiliária.
Da Asociació d’Idees à rede Fabriques de Creació
Esta situação levou a que um núcleo duro de artistas se associassem e criassem a Asociació d’Idees, que, depois de reivindicar o seu direito de ficar, chegou a um acordó com a Câmara de Barcelona: a Câmara comprou os edifícios do complexo industrial La Escocesa, ao passo que o restante foi vendido à imobiliária. Em troca, o edifício principal passou de um atelier de artistas “fechado” a um centro para a criação, onde se oferecia um serviço público para os artistas visuais da cidade. Além de oferecer um espaço de trabalho para artistas, La Escocesa começou a promover os artistas residentes e a pôr em marcha intercâmbios e bolsas para a criação. Em 2008 La Escocesa passou a fazer parte da rede Fàbriques de Creació (ao qual também pertencem Fabra y Coats, Ateneu Popular 9 Barris, Hangar, Graner, La central del Circ, La Seca e La Nau Ivanow).
“De que forma é que a Câmara vos ajuda?”, perguntámos a Kike. “O contributo económico da Câmara é pequeno”, disse Kike, “os artistas trabalharam e investiram para remodelar o espaço.” Agora dispõem de 600m2 no piso inferior, onde trabalham escultores e se desenvolvem as atividades que fazem mais barulho, 200m2 no piso intermédio, onde estão localizadas as oficinas e uma sala de trabalho, e o terceiro piso, com 800 m2 é destinado a pintores, ilustradores,…
Residência artística
As residências em La Escocesa têm uma duração máxima de 2 anos. 60% dos residentes são estrangeiros, e os restantes 40% são catalães ou do resto de Espanha.
Kike afirma que “La Escocesa não é um centro de exposições”, embora esteja a ser desenvuelto um trabalho de difusão e abertura ao exterior, com uma exposição mensal dos trabalhos dos artistas residentes numa pequena sala, e o Espai M. La Escocesa participa também em vários eventos como os Tallers Oberts de Poblenou, o Festival de Murales ou o Festival Miradas de Mujeres.
Uma equipa reduzida
“A equipa é muito reduzida” conta-nos Kike. 2 pessoas dedicam-se à gestão integral do centro (cada uma a tempo parcial) e recibem o apoio de um webmaster e de uma pessoa para a manutenção.
La Escocesa vive do aluguer dos seus espaços e dos contributos da Câmara de Barcelona e do Departamento de Cultura da Generalitat.
O futuro de La Escocesa
O futuro de La Escocesa passa por, segundo afirma Kike, uma reforma integral do edificio, a qual, ainda sem data concreta, deberá trazer alterações importantes ao edificio.
O principal objetivo é continuar a investir na alta qualidade dos artistas residentes, e continuar com o espírito de colaboração e autogestão existentes desde o nascimento de La Escocesa, nos anos 90, como espaço de criação para artistas.
O que precisam, explica Kike, é ajuda com a difusão dos artistas que passaram e que continuam a passar por La escocesa, sejam realizando acordos com galerias internacionais que exponham os trabalhos dos artistas, ou através de colaborações com outros centros de criação europeus.
No dia 11 de dezembro vai realizar-se uma exposição coletiva.
Na quarta-feira, dia 11 de dezembro, terá lugar uma exposição coletiva dos artistas residentes em La Escocesa. Reunirão alguns dos seus últimos trabalhos do ano numa mostra coletiva e pluridisciplinar. A exposição é coordenada por Amanda Cuesta, comissária independente. Participarão os artistas residentes : Alejandra Alonso, Ricard Casabayó, Paul Daly, David Franklin, Stefanie Herr, Labuenaylamala, Joan-Marc Llapispanc, Pere Llobera, Diego Mallo, Marco Noris, Hugo Orlandini, Rina Ota, Carlos Ótica, Germán Portal, Verny Sánchez, Juan Francisco Segura, Michael Swaney, Xavier Vilagut, Tamara Zaitseva.
Participarão os artistas residentes Hannah-Leighton Boyce yeMary Stark do Islington Mill (Manchester, Reino Unido).
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